Depois da minha última visita à
Radio Milênio, na última segunda-feira, dia 29/10,encontrei algumas pessoas na
rua que gostaram do que ouviram, outras nem tanto. Gostaria de ter comparecido
à sessão da Câmara, na terça (CLIQUE AQUI PARA OUVIR), mas tive
outros compromissos, no entanto, na quarta-feira, encontrei várias professoras
indignadas, comentando sobre as colocações do vereador José Roberto sobre o
papel do professor e do diretor e, curiosa, pedi para ouvir o audio da sessão.
O meu posicionamento sobre a
qualificação profissional de um diretor escolar é de longas datas e não sabia
que a senhora esposa do vereador José Roberto era diretora de escola ou sequer do quadro efetivo como serviços
gerais, portanto a minha opinião pessoal a respeito desse assunto não visa
atingir o sr. vereador ou sua esposa, até mesmo porque suas atividades
profissionais não me dizem respeito diretamente.
No discurso proferido pelo
vereador José Roberto, no qual aprova a indicação do vereador Jean Gil, diz que
"os professores que tem pós-graduação e que tem 20 horas (de trabalho
semanais) ganham até mais que um diretor e quando o diretor, que tem 40
horas, quer fazer o seu trabalho bem
feito, ela até passa".
Trocando em miúdos: um diretor de
escola deve sim ganhar mais que um professor, até mesmo um professor de 40
horas, pois tem que ser qualificado para isso.
Um diretor escolar deve pertencer ao quadro efetivo da unidade escolar
na qual ensina e ter nível superior, pois dirigir uma instituição de ensino requer
competências administrativas, pedagógicas e financeiras pois ele é o
responsável por todo o funcionamento da instituição, inclusive pela qualidade
da educação ofertada em sua unidade, que será referenciada através dos índices
como o IDEB (Índice de Desenvolvimento
da Educação Básica) e o PISA, que é um programa internacional que avalia
sistemas educacionais de 65 países, incluindo o Brasil. Para isso, examina o
desempenho de estudantes na faixa-etária dos 15 anos, idade média do término da
escolaridade básica obrigatória na maioria das nações. O indicador é
desenvolvido e coordenado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico. O Brasil ocupa 49º lugar em leitura.
Sobre o que faz um professor, que
o qualifique a ter um salário melhor, é o que, graças a deus, os professores de
Cipó e de outros pequenos municípios vem fazendo: se qualificando, estudando,
fazendo graduação, pós-graduação, e com certeza, teremos futuramente Doutores
em Educação! É o professor, caro José Roberto, que perde a voz no exercício de
sua função, pois além da educação formal, hoje a escola desempenha o papel que
muitas vezes a família se omite: o de dar educação doméstica. è o professor que
leva atividades e provas para corrigir em casa, que sofre pelo aluno que vai
para a escola com fome e que não encontra às vezes uma merenda escolar de
qualidade para suprir suas carências nutricionais. É o professor, caríssimo
edil, que contribuirá para que os meus e os seus filhos tenham oportunidades
diferentes das nossas, que possam ter liberdade de escolhas e de opinião.
Um diretor não deve fazer seu trabalho bem feito quando quer, tem que
fazê-lo todos os dias, com ética, com responsabilidade, diferente de alguns
diretores de escola em Cipó que, segundo
eu soube, estiveram na escola pela
última vez antes do desfile de setembro.
Educação não é para ser conduzida
por pessoas sem formação e sem experiência, é um processo que envolve
RESPONSABILIDADE. Por isso concordo com o vereador Jean Gil de que os diretores
sejam pertencentes ao quadro efetivo e não somente isso, que sejam
qualificados, que tenham formação continuada, que dominem as ferramentas de
gestão educacional e que sejam gestores presentes, comprometidos com o seu
papel e com os professores, alunos e pais das escolas que dirigem.
Nenhum médico aprende a fazer cirurgias sem
conhecimento técnico, portanto nenhum educador deve se propor a educar também
sem conhecimento. A diferença entre a medicina e a educação é que quando ocorre
um erro médico, o paciente pode morrer na hora, mas quando acontece um erro no
processo educativo, a pessoa morre aos poucos pela vida inteira. Quantos analfabetos
funcionais temos por aí? São inúmeros. Pessoas que mal sabem escrever o nome,
que leem e não sabem interpretar o que leram. Esses são os erros do processo
que perduram pela vida inteira, caro vereador José Roberto, pois quem mal lê, mal ouve, mal fala e mal vê.
Um abraço a todos, Niclécia Gama.
Um abraço a todos, Niclécia Gama.
1 Comentários
Parabéns Niclécia e era esse despreparado que queriam colocá-lo como gestor do nosso município. O que seriam ~
ResponderExcluirdos nobres professores? E a sociedade ? Que representatividade teríamos?
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